sexta-feira, 20 de abril de 2012

BGC - Tema 2


Ameaças à Biodiversidade


A biodiversidade ou diversidade biológica é a 
“variabilidade entre organismos vivos de todas as origens [...]; 
compreende a diversidade dentro de cada espécie, entre espécies e dos ecossistemas” 
(Convenção da Diversidade Biológica).
A Terra está a perder biodiversidade a uma taxa sem precedentes. 
No Dia Internacional da Biodiversidade, 22 de Maio, as alterações climáticas 
voltam a constituir a preocupação central assumindo-se como uma das 
maiores ameaças à diversidade de vida no Planeta, 
juntamente com a destruição de habitats, poluição e 
proliferação de espécies invasoras.” [5]
(Quercus, em 22 de Maio de 2007)


1 - Introdução

Já fomos aflorando, em artigos anteriores, algumas das ameaças à biodiversidade. A sociedade deve adquirir, a escala global, consciência e responsabilidade dos efeitos nefastos das mais diversas atividades sobre a diversidade biológica e riscos que os nossos comportamentos têm para a mesma.
Relembro aqui que, na publicação de 28 de março, intitulada “Biodiversidade no Mondego” se refere, aplicável ao local: “Entre os principais fatores de perturbação, degradação e destruição dos ecossistemas aquáticos e terrestres associados contam-se: desenvolvimento urbano e industrial, desenvolvimento agrícola, construção de barragens, extração ilegal de areias, atividades lúdico-recreativas, atividade florestal, fogos florestais, invasão de espécies exóticas, caça e a pesca.”. [1]

Mas não são só este ou similares sistemas que estão ameaçados porque a biodiversidade não se confina só a eles. Daí, no artigo publicado em 30 de Março e denominado “Valores da Biodiversidade” se referir que”(…) deve saber-se quais e o que são os seus pontos críticos: "um ponto crítico (hot spot) de Biodiversidade é um local com muitas espécies endêmicas. Ocorrem geralmente em áreas de impacto humano crescente. A maioria deles está localizada nos trópicos. Como pontos importantes destacámos o Brasil, que tem 1/5 da Biodiversidade mundial, com 50 000 espécies de plantas, 5 000 de vertebrados, 10-15 milhões de insetos, milhões de micro-organismos, e a a Índia, que apresenta 8% das espécies descritas, com 47 000 espécies de plantas e 81 000 de animais.” [2]
Segundo Nicolau, 2012, “depois de conhecermos e sentirmos o que é o Conceito e os múltiplos Valores da Biodiversidade, o passo seguinte é conhecer quais as Ameaças à Biodiversidade.” A abordagem que se segue é a resposta a esse desafio.


2 - Síntese das principais ameaças

Devem ser preocupantes para o ser humano, em geral, e para os decisores, em particular, as taxas alarmantes de degradação de habitats e de extinção de espécies. São muitas as ameaças a ter em conta e cada dia surgem novas formas nocivas à diversidade biológica: a difusão de espécies alóctones invasivas; a poluição do ambiente natural e dos habitats; a mundialização, que aumenta a pressão devida ao comércio, e, até, a má governação (incapacidade de reconhecer o valor económico do capital natural e dos serviços ecossistémicos). Assim, a destruição, degradação e fragmentação dos habitats, as alterações climáticas, a poluição, a sobre-exploração dos recursos, a introdução de espécies exóticas e o aumento na dispersão de doenças contam-se entre as principais ameaças e as seguintes são as mais conhecidas e estudadas, sem prejuízo de outras que, embora, com menos gravidade todos os dias deixam marcas indeléveis (e irreversíveis) sobre as espécies:


2.1 - Destruição, degradação e fragmentação do habitat - Esta é, por certo, a principal ameaça: o abate de árvores para obtenção de madeira é muito frequente nas zonas tropicais, bem como a destruição de florestas, para converter os terrenos em zonas agrícolas. Estes dois fatores são os maiores responsáveis pela perda de biodiversidade. A urbanização crescente, a construção de grandes redes viárias, portos e aeroportos, barragens e outras infraestruturas e a drenagem de zonas húmidas são outras das principais causas de destruição e degradação do habitat. A construção de cada vez maiores infraestruturas rodoviárias e aeroportuárias tem contribuído para perdas elevadíssimas, assim como práticas destrutivas de uso e aproveitamento da terra: abate e exploração de florestas  para produção de combustível, materiais de construção, produção de sal, exploração de areias costeiras e minerais e shrimp farming. Aspeto muito importante a merecer a atenção prende-se com as mudanças na utilização dos solos, que fragmentam, degradam e destroem os habitats. Esta mudança de afetação deve-se, principalmente, ao crescimento demográfico e ao aumento do consumo por habitante, dois fatores que irão intensificar-se no futuro e gerar maiores pressões.


2.2 - As alterações climáticas – responsáveis pela destruição de inúmeros habitats e organismos, perturbadoras dos ciclos de reprodução, obrigam os organismos móveis a deslocar-se, originam mudança nos cursos dos rios resultando no aumento da sedimentação de sistemas marinhos, mudam a temperatura das águas, resultando na mudança dos habitats, e até, por força daquelas, temos branqueamento dos corais, entre muitos outros. Sendo certo que o planeta Terra desde a sua origem sempre sofreu alterações profundas no clima, alternando entre períodos glaciares e outros de clima mais ameno, por diversos fatores (alterações na intensidade da radiação solar, na inclinação do eixo da Terra e na curvatura da sua orbita em torno do Sol, alterando o clima numa escala milenar), e ainda à disposição dos continentes, alterações nas correntes marinhas e de composição da atmosfera, bem como eventos como o impacto de meteoritos ou a erupção de vulcões, é também mais que certo que a ação do Homem nos últimos dois séculos (pior no séc. XX) tem produzido alterações climáticas, principalmente através da emissão de gases com efeito de estufa, que provocam um aquecimento global do clima.
2.2.1 - Efeito de Estufa - Todos tem ideia do que é uma estufa: envidraçada ou coberta de plástico transparente onde o ar é aquecido. Esta imagem pode e deve ser transposta para compreendermos a atmosfera da Terra que funciona em mecanismo similar relativamente ao planeta, pela existência de gases tão necessários à passagem dos raios solares e à retenção do calor que é irradiado, gases esses sem os quais o planeta teria temperaturas baixas e seria inabitável, destacando-se como principal gás o vapor de água. Todavia quando se fala de gases com efeito de estufa fala-se principalmente de seis compostos, sendo 3 naturais, o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O), e os outros 3 fruto das atividades humanas: os hidrofluorcarbonetos (HFC), os perfluorcarbonetos (PFC) e o hexafluoreto de enxofre (SF6). [4]  O dióxido de carbono é o mais nefasto contribuindo para o aumento da temperatura global nos últimos 50 anos e serve como indicador comum para medir todos os gases com efeito de estufa sendo as emissões de todos os outros gases expressas em “equivalentes de dióxido de carbono”. [4]
2.2.2 - Consequências do aquecimento global - São inegáveis as modificações nos ecossistemas que a subida das temperaturas vai provocar, com consequências em perda de área florestal, não só pela seca como pelo aumento dos incêndios e as espécies que vivem no limite de tolerância do calor ou em zonas frias estarão sob maior risco. “Daí a maior consequência advir do aumento da temperatura média, que subiu cerca de 0,6 ºC no século XX, e, até 2100, poderá aumentar entre 1,4 e 5,8 ºC, prevendo-se que o maior aquecimento ocorrerá em latitudes altas no hemisfério Norte e na Antártida” [4]. As alterações surgirão no nível do mar que “poderá subir entre 9 e 88 cm até 2100, pela “dilatação” dos oceanos e do derretimento de glaciares e calotas polares” [4]. A erosão costeira vai aumentar, pondo em risco povoações e infra-estruturas. Os ecossistemas serão muito afetados, como recifes de coral, estuários e mangais, todos sistemas de grande produtividade e que são usados por uma quantidade enorme de espécies como local de refúgio e de reprodução. Os ecossistemas polares serão também muito afetados. Já começamos a sentir, também, fenómenos meteorológicos extremos como dias muito quentes, secas prolongadas, tempestades e cheias.
2.2.3 – Atividades afetadas - A agricultura até pode aumentar nalgumas regiões, mas no geral deverá diminuir e, no essencial, será modificada afetando o equilíbrio natural da biodiversidade dos diversos locais. O risco de desertificação aumentará e ocorrência de fenómenos meteorológicos extremos também será previsivelmente negativa para a produção agrícola. Na saúde a mortalidade pelo frio poderá diminuir, mas a ocorrência de ondas de calor aumentará a mortalidade devida a problemas cardiorrespiratórios. “Num mundo mais quente e húmido, os insetos que transmitem doenças como a malária, o dengue e a febre-amarela não só estarão presentes por períodos mais longos, como aumentarão a sua área de distribuição. A cólera e as salmonelas também poderão ser mais frequentes, devido, por exemplo, a uma maior incidência de cheias. Outra doença em expansão possivelmente associada a alterações climáticas é a febre do Nilo”. [4]


2.3 - Sobre-exploração dos recursos biológicos - Algumas espécies, tanto animais como vegetais, são sobre exploradas como recurso, ao ponto de serem colocadas em risco de extinção, ou de se desequilibrar o ecossistema em que vivem. Alguns exemplos são a pesca excessiva, a caça excessiva, o abate de árvores para madeira, o abate de espécies para obtenção de peles e mesmo a recolha de borboletas e outros animais para colecionismo. Por exemplo, no mar, assistimos, com cada vez maior frequência a essa sobre-exploração de recursos atingindo espécies de coral e peixes pelágicos, invertebrados (sea cucumbers, lagostas e moluscos), corais e peixes ornamentais.


2.4 – A Poluição - resulta da introdução de poluentes no ambiente, daí resultando efeitos nocivos tanto para os ecossistemas como para a saúde humana. Os poluentes podem ser dos mais variados tipos: substâncias químicas, radioatividade, calor, luz, ruído ou energia. Na água a atividade humana produz efeitos adversos nas massas de água, desde os mares, rios e lagos às águas subterrâneas. Os poluentes da água incluem um largo espectro de químicos e agentes patogénicos e podem causar alterações nas propriedades físico-químicas da água, incluindo a sua temperatura, oxigenação, pH ou condutividade. Os fenómenos que mais ameaçam a Biodiversidade passam pela contaminação microbiológica da água, contaminação da água por nitratos, excesso de matéria orgânica na água, salinização da água doce, acidificação da água, contaminação da água por metais pesados, contaminação da água por pesticidas, contaminação da água por hidrocarbonetos, contaminação radioativa da água, tratamento da água. 
No ar a poluição é a contaminação do ar pela descarga de agentes químicos, físicos ou biológicos que modificam as características naturais da atmosfera e representa um perigo direto não só para a saúde humana, não só através da inalação do ar contaminado, mas também pela ingestão de alimentos contaminados por terem estado em contacto com a atmosfera, mas, também, e essa é, aqui a nossa abordagem, afeta os ecossistemas, na medida em que a poluição do ar facilmente se transfere para a água e muitos poluentes se acumulam na cadeia trófica. Os ecossistemas são ainda afetados pelas chuvas ácidas e pela excessiva deposição de nutrientes no solo. Os poluentes atmosféricos são responsáveis por problemas ambientais globais como as alterações climáticas, já abordados, e o buraco na camada de ozono.
Temos ainda a considerar outros tipos de poluição, como a luminosa e a sonora, sendo que, na primeira, o uso crescente da luz artificial pode, no entanto, causar problemas ambientais e, na segunda que a poluição sonora corresponde a ruído com origem antropogénica que pela sua intensidade e duração prejudica o meio ambiente e a própria saúde humana e, ao contrário da poluição do ar, água ou solos, não deixa resíduos, e quando a fonte do ruído é extinta a poluição termina, por isso tem sido considerada menos importante e menos gravosa. No entanto, a poluição sonora pode causar efeitos crónicos e irreversíveis, que em boa parte ainda estão pouco estudados.


2.5 - Introdução de espécies exóticas - A área de distribuição da maioria das espécies é impedida de se expandir por barreiras físicas, ambientais e climáticas. Um resultado deste isolamento geográfico é que os processos de evolução seguiram caminhos diferentes em cada área do mundo. O ser humano alterou radicalmente este cenário ao transportar espécies de uns locais para os outros. Foram três os principais processos de introdução de espécies:
i) a colonização europeia, dado que os colonos europeus chegaram a todas as regiões do globo levando consigo inúmeras espécies de aves e mamíferos, muitas vezes apenas com o intuito de tornar o campo nesses locais mais parecido com a sua terra natal. Ao mesmo tempo os Europeus trouxeram consigo várias espécies exóticas que introduziram no seu território ou noutras colónias. Exemplos dos dois lados deste fenómeno são a introdução do Pardal europeu na América do Norte, por onde se expandiu rapidamente; e o cada vez maior número de aves exóticas ornamentais provenientes de cativeiro que estabelecem populações assilvestradas na Europa, 
ii) a agricultura, horticultura e pecuária, dado que um grande número de espécies de plantas e animais foram introduzidas longe do seu local de origem, para fins agrícolas ou pecuários. Muitas destas espécies escaparam do cultivo ou da zona de produção e estabeleceram-se nas comunidades locais. 
iii) o transporte acidental, porque muitas espécies são transportadas pelo ser humano sem intenção. Exemplos comuns incluem as sementes que são colhidas em conjunto com as das espécies cultivadas, e depois semeadas acidentalmente noutro local; ratos e insectos que viajam entre continentes em barcos de carga; os barcos frequentemente trazem espécies exóticas no seu lastro; muitas doenças e parasitas viajam com os seus hospedeiros.
iv) Aumento da dispersão de doenças - A acção do Homem pôs em contacto com espécies selvagens, doenças e parasitas com diversas proveniências, pondo em risco a sua sobrevivência.


2.6 – Outros - No entanto se existem ameaças para a agricultura e a pecuária é bom que se tenha noção que elas próprias também podem ser ameaças: a alimentação da população crescente do planeta tem sido, sem dúvida, uma preocupação justificada mas temos de nos interrogar sobre se os meios utilizados têm sido os mais adequados. Sabemos que menos de 30 espécies vegetais fornecem 90 por cento dos géneros alimentares da população mundial. A agricultura em regime intensivo tem sido um dos métodos praticados para produzir alimentos, mas ela tem-se traduzido em algumas regiões em sistemas de monocultura que empobrecem a biodiversidade. Referindo-se às Antilhas, escreveu um autor cubano: «Foi em Cuba que a plantação de cana-de-açúcar causou mais estragos no meio ambiente e na biodiversidade; foi aí onde a monoprodução e a tecnologia estrangeira, a indiferença oficial e o oportunismo económico ganharam o primeiro combate contra a natureza.». Os eucaliptais em Portugal são, também, disso um exemplo (ver vídeo “Mondego”, de Daniel Pinheiro) A «monocultura» de determinadas variedades de frangos domésticos em quintas do mundo inteiro estaria a facilitar a propagação de doenças como a gripe das aves. Alguns cientistas argumentam que “se os países apostassem na biodiversidade e valorizassem as aves típicas de cada região, isso seria uma «barreira natural» ao avanço de alguns vírus.” Temos ainda que considerar que vítimas da negligência ou da ganância do Homem, milhares de espécies animais e vegetais desapareceram da face da Terra ou estão hoje ameaçadas de extinção. São nada menos de 28 270 as espécies já extintas, em perigo de extinção, vulneráveis ou que são motivo de preocupação, de acordo com a mais recente Lista Vermelha elaborada anualmente pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN – organismo sedeado na Suíça que reúne 82 Estados, 111 agências governamentais e mais de 800 ONG).


3 – Considerações Finais

A biodiversidade tem aumentado desde a origem da vida terrestre, embora de forma descontínua, atingindo o seu pico máximo antes do aparecimento da humanidade e tendo vindo a decrescer desde então”. [3]

O problema da redução da biodiversidade assumiu, principalmente nas últimas décadas, proporções nunca antes atingidas, conforme aponta o Relatório da Diversidade Biológica, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) em 1995. “A taxa atual de extinção é cerca de 100-1000 vezes superior à taxa natural. Cerca de 99.9% das espécies terrestres estão extintas e a sobrevivência de muitas está ameaçada, como o Panda na China, os gorilas em África (o Gabão e a República do Congo possuem cerca de 80% da população mundial de gorilas), o lobo e o lince ibérico em Portugal (estima-se que não haja mais do que 50 linces ibéricos em Portugal). Cerca de 8.5% das espécies de vertebrados ameaçadas globalmente ocorrem na Europa e na Ásia Central.” [3]

As atividades humanas têm contribuído para a perda de biodiversidade (à nossa escala temporal), sobretudo, como se expôs pela consequente destruição de habitats pela poluição e sobreexploração e as alterações climáticas são um fenómeno global, cuja causa está associada, principalmente, ao estilo de vida dos países industrializados. 
Temos pela frente uma longa e hercúlea tarefa e a comunidade internacional já entendeu que a única forma de travar, por exemplo, o aquecimento global é através da obtenção de acordos políticos globais que limitem a emissão de gases causadores do efeito de estufa e disso são exemplos a convenção-quadro para as alterações climáticas e o protocolo de Quioto sendo que a conservação da biodiversidade constitui um objetivo fundamental da Estratégia da União Europeia em favor do desenvolvimento sustentável e do Sexto Programa Comunitário de Ação em matéria de Ambiente.

A extinção de espécies é «um fenómeno natural, mas a taxa de extinção a que assistimos actualmente é entre cem e mil vezes superior a tudo o que conhecíamos antes», afirma Anne Larigauderie, diretora do grupo ambientalista Diversitas, sediado em Paris; «É uma perda sem precedentes.»
Os cientistas são unânimes em afirmar que «as perdas de biodiversidade são essencialmente irreversíveis, constituem uma séria ameaça ao desenvolvimento sustentável e à qualidade de vida das futuras gerações». 
Por isso, há que fazer alguma coisa no sentido de reverter a perda de recursos naturais e recuperar, quando possível, as áreas degradadas. Algum trabalho já começou e algumas tarefas permitem vislumbrar preocupação com este assunto verdadeiramente importante e fundamental para a sobrevivência do planeta. 

Fontes e consultas:
•Millennium Ecosystem Assessment (2005) "Causes of Biodiversity change", pp. 8-10. 
• Millennium Ecosystem Assessment (2005) "What are the current trends and drivers of biodiversity change and their trends", pp. 42-59, 
•Myers, N. (1996) “The rich diversity of biodiversity issues” pp. 125-138. In M. Reaka-Kudla, D.E. Wilson, & E.O. Wilson (eds.) Biodiversity II: understanding and protecting our biological resources, Joseph Henry Press, Washington, D.C..
[2] -  http://www.enciclopedia.com.pt/articles.php?article_id=622, consultada em 28 de Março de 2012
[4] - http://www.terramater.pt/?pag=117, consultado em 20 de Abril de 2012,



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