domingo, 1 de abril de 2012

Notícia

Alterações climáticas ameaçam biodiversidade em Portugal
(Fonte do texto, com a devida vénia ao autor: http://www.enciclopedia.com.pt/articles.php?article_id=622)

Portugal será um dos países mais afetados pelas alterações climáticas em termos de perda da biodiversidade, avisou a associação ambientalista Quercus, alertando para a vulnerabilidade dos ecossistemas às secas e incêndios devido à subida das temperaturas.

No Dia Internacional da Biodiversidade, a Quercus relembrou que o planeta está a perder biodiversidade a uma taxa sem precedentes, sendo as alterações climáticas uma das maiores ameaças à diversidade da vida, juntamente com a destruição de habitats, poluição e proliferação de espécies invasoras. "Os ecossistemas mediterrânicos, incluindo os de Portugal, estão entre os mais vulneráveis a uma subida de 2 a 5 graus centígrados, sob um efeito combinado da seca e dos fogos florestais", referem os ambientalistas num comunicado.

Igualmente alarmante para Portugal, acrescentam, é a diminuição do potencial hidrelétrico entre 20 a 50 por cento, no Sul da Europa, até 2070.
Na Europa, a subida do nível do mar poderá ser até 50 por cento mais acentuada do que a média global e cerca de 20 por cento das zonas húmidas correm o risco de desaparecer até 2080.
"Os anfíbios na Península Ibérica serão especialmente afetados e condenados a viver em áreas cada vez mais limitadas, tal como os répteis, que dependem de charcos e pântanos para a sua reprodução. Quanto às florestas, já estão a sofrer dos Verões excessivamente quentes e consecutivos incêndios florestais, aos quais se irá juntar a problemática da escassez de água", sublinhou a Quercus.
Mais de 40 por cento dos vertebrados existentes em Portugal enfrenta algum grau de ameaça, sendo os peixes o grupo com mais espécies em perigo, segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal publicado em 2006.

A avaliação, que abrangeu 512 espécies selvagens de vertebrados no Continente, Açores e Madeira, apurou que quase metade (42 por cento) das espécies estudadas estão ameaçadas ou quase ameaçadas relativamente ao risco de extinção. Cerca de 46 por cento não estão consideradas como ameaçadas (categoria Pouco Preocupante) e sobre os restantes 12 por cento não existe conhecimento suficiente. Os peixes de água doce e migradores apresentaram a percentagem mais elevada de animais classificados em categorias de ameaçadas (Criticamente em Perigo, Em Perigo, Vulneráveis) ou quase ameaçadas: 69 por cento.

A Quercus aponta várias medidas a adotar para preservar a biodiversidade, como a criação de refúgios e a preservação de habitats que permitam uma adaptação de longo termo, o estabelecimento de redes de áreas protegidas terrestres, aquáticas e marinhas e o reforço da investigação sobre as ligações entre alterações climáticas e biodiversidade.

As alterações climáticas já estão a obrigar as espécies a adaptar-se, seja através de mudanças de habitat, alterações nos ciclos de vida, ou o desenvolvimento de novas características físicas.
Porém, nem todas conseguirão fazê-lo. As previsões indicam que cerca de um milhão de espécies serão extintas devido ao aquecimento global.

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